quarta-feira, 12 de maio de 2010

FUI EU QUEM FIZ

Esta noite tive um sonho, e fui muito longe, no túnel do tempo. Parecia tão real...

Eu estava brincando com meus amigos, e era um jogo de futebol. Depois da brincadeira todo mundo foi para sua casa tomar aquele banho, jantar e descansar um pouco. Ainda neste início de noite todos estavam reunidos na casa da minha mãe, no terraço, jogando WAR I.

Parecia muito real... As conversas sobre a escola, sobre as paixões, sobre os sonhos. COMO É BOM SER CRIANÇA ! !

Então de repente acordei, já era meio da noite. Sem sono, pensando sozinho, em silêncio, lembrei das façanhas.

Recordei dos fatos que com orgulho eu e meus amigos dizíamos que éramos os autores. Um conversando com o outro, apontando os feitos e comentando:
- Sabe aquele carro de rolimã? Fui eu quem fiz.
- Sabe aquele carrinho de lata? Fui eu quem fiz.
- Sabe aquela pipa gigante? Fui eu quem fiz.

Comecei a trazer para o presente os fatos antigos, realmente fui longe, resgatando o passado puro, cheio de fantasias esquecidas na maturidade. Sorri em lábios e pensamentos.

Foi aí que pensei que eu e meus companheiros nunca dizíamos:
- Sabe aquela nota zero da prova de matemática? Fui eu quem fiz.
- Sabe aquela falta de educação que tive com Mainha? Fui eu quem fiz.
- Sabe aquela tarefa mal feita? Fui eu quem fiz.

Pois é... Difícil assumir os fracassos, desastroso assumir a incompetência, vergonhoso externar a incapacidade.

Mas afinal de contas, será que somente devemos bater a mão no peito e deixar claro o feito das coisas boas?

Percebo que hoje os meus amigos, que hoje são adultos, de uma forma muito parecida, porém com um contorno diferente ainda dizem:
- Sabe aquele prédio da esquina? Foi papai quem fez.
- Sabe aquela ponte do bairro? Foi mamãe quem fez.
- Sabe aquela nova estrada? Foi meu irmão quem fez.

Engraçado observar o círculo da vida, tão simples compreender que ninguém faz nada sozinho. Quem trabalhou no prédio, na ponte ou na estrada foram várias pessoas. Estava lá o pedreiro, o mestre, o arquiteto, o engenheiro, o pintor, o carregador de pedras e muitos outros trabalhadores. Afinal quem fez? Quem injetou dinheiro? Quem desenhou? Quem edificou? Quem carregou?

AMIGOS LEITORES: TODOS FIZERAM.

É difícil dizer: fiz parte, sou integrante do grupo, dei minha contribuição. O ego não deixa ninguém entrar, parece que é uma só porta com um único cantinho que só cabe um: VOCÊ

Ninguém é ilha. Ninguém é supra-sumo. Precisamos das pessoas.

O que faço, o que tenho, onde estou, e as vitórias conquistadas, possuem mérito de divisão com outros indivíduos. Afinal de contas na Vitória dizemos SOU EU. E no fracasso não existe SOU EU.

Pelo fracasso não devemos ter vergonha em dizer que fazemos parte. Pelo sucesso não devemos ser absolutos e egoístas em dizer que não existem outras pessoas participantes.

E confesso que no finalzinho desta mesma noite, em meio a muita reflexão pensei em outras coisas: fraldas, choros, paciência, insônia, renúncia, amor, compreensão. Tudo para me dar condições. Senti que tinha e tem alguém com o verdadeiro mérito das conquistas materiais e espirituais. Neste momento, neste pensamento, consegui relaxar, entrar em estado de extrema tranqüilidade. Então veio o início do sono e uma profunda alegria.
Deitei tranquilamente e disse: REALMENTE...


FOI ELA QUEM FEZ

Obrigado Neusa! TE AMO ! ! ! !

Uma homenagem do teu filho que verdadeiramente te ama...

André Luiz de Sousa Felisberto
consulteandre@ig.com.br

Um comentário:

  1. Bastante pertinente sua mensagem. Uma linda homenagem àquela que sempre dedicou-lhe tantos esforços. Devemos lembrar, ainda, que, enquanto filhos de Deus, somos verdadeiros instrumentos para auxiliá-Lo na construção de um mundo melhor. Então agradeçamos, sobretudo, à Ele pelo dom da vida e pelo potencial que Ele nos permite.No final das contas,podemos sempre afirmar: foi Ele quem fez.
    Um grande abraço.
    Josiane Telino

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